quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Resenha: O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação

"É ótimo recomendar aos outros aquilo que você realmente acha bom."

Ano passado conclui a leitura de mais um livro do escritor japonês Haruku Murakami, "O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação". Já vou avisando que esse é de longe o livro mais depressivo dele que tive a oportunidade de ler.

Embedded image permalink

No tempo de colégio Tsukuru Tazaki tinha um ciclo de amizade fechado com mais quatro pessoas, cada uma tinha uma cor, e eram chamados de "Vermelho" "Azul" Preta" e "Branca", só Tsukuru não possuía uma cor. Cada uma tinha uma personalidade, existia uma energia e ligação entre eles no qual um sempre ajudava o outro. 

Por algum motivo assim que Tsukuru conclui o colegial e foi para outra cidade cursar a faculdade de engenharia, seus amigos romperam o ciclo de amizade com ele, sem dá nenhuma motivação, deram um ponto final e pediram para Tsukuru nunca mais fazer contatos. E para o desespero dele, o seu afastamento do grupo de amigos é agora um motivo para começar sua fase depressiva. Nesse tempo que ele passa na faculdade pensa em cometer suicídio, quase não saia de casa, Tsukuru apenas fazia apenas suas obrigações do curso e estudava outros idiomas e um curso extra. Não havia ninguém que despertasse seu interesse.

"Talvez eu esteja fadado a ser sempre sozinho, Tsukuru encontrou-se pensando. As pessoas vinham a ele, mas no final elas sempre sumiam. Elas chegavam, em busca de alguma coisa, mas não estavam satisfeitos com o que encontraram (ou então eles ficaram decepcionados ou com raiva). Um dia, sem aviso, eles desapareceram, sem nenhuma explicação, nenhuma palavra de despedida. Como um machado em silêncio havia cortado os laços entre eles, gravatas, através das quais o sangue quente ainda corria"

Ao passar do tempo Tsukuru conhece uma amiga que o incetiva a procurar o motivo pelo qual seus amigos o afastaram do ciclo de amizade, e assim começa a peregrinação do jovem Tsukuru. Saber onde está cada um de seus amigos e por qual razão se afastaram dele.

Leitura recomendada, apesar de ser bastante depressivo tem sempre a característica surreal de Murakami por tanto saiba que não vai obter repostas para tudo, e você tem que elaborar sua própria teoria.  Por varias vezes me identifiquei com o sofrimento de Tuskuru.





" -- É curioso; parece que, mesmo em uma vida aparentemente pacata e consistente, sempre há um colapso. Um período para enlouquecer, talvez possamos dizer. As pessoas devem precisar de um marco como esse na vida. A pessoa que não tem liberdade sempre passa a odiar alguém. Concorda? Não quero levar esse tipo de vida.

—- Estar sempre em um ambiente livre e pensar livremente com a propria cabeça: é isso que você quer?

 —- Exato —- Mas a meu ver, pensar livremente e por conta própria não parece algo fácil, parece bem difícil. 

Haida balançou a cabeça, —- Não, dependendo de como você encara, não é muito difícil. Muitas pessoas fazem sem perceber, de acordo com o momento, e graças a isso conseguem se manter sãs. Elas só não percebem que estão fazendo isso. 

Tsukuru disse: —- Mas se você não consegue fazer isso de forma deliberada, a verdadeira “liberdade de pensar”, como você diz, não poderá ser atingida não é?

 —- Exatamente. Mas isso é tão difícil quanto sonhar de forma deliberada. Para um pessoa comum não é fácil. 

—- Mas você está tentando fazer isso de forma consciente

 —- Acho que sim. A originalidade nada mais é do que imitação criteriosa. Voltarie era realista, disse isso.

 —- Você concorda com ele? 

—- Tudo tem limites, sempre. O pensar também. Não precisamos de medo dos limites, mas também não podemos ter medo de ultrapassa-los. Para as pessoas serem livres, isso é o mais importante. Respeito e ódio pelos limites. As coisas importantes da vida são sempre dúbias. É só isso que posso dizer“ "

Nenhum comentário:

Postar um comentário